domingo, 11 de janeiro de 2015

Devemos sempre tratar SHERLOCK HOLMES como um gênio?

Compartilhei um texto no facebook que fala sobre a amizade de Doyle e Houdini, e ao comentar na hora de compartilhar tratei o personagem Sherlock Holmes apenas como ´´Ícone do mundo investigativo´´ e não um ícone ´´da busca por fatos, da dedução, ciência ou derivados´´ irei dizer o porque. Já estava com vontade de fazer estes comentários sobre o personagem aqui no blog, com uma visão mais ampla sobre alguns detalhes.

  Holmes em sua mente / seu mundo possui muitas crendices próprias, que em uma visão de fora, são totalmente idiotas, mas para ele não. Nunca gostei de falar que Sherlock é um cara ´´inteligentão´´, e nunca gostei das adaptações cinematográficas que só mostram esse lado ´´gênio´´´e não problemático com uma provável síndrome de Asperger. Qualquer pessoa que se der ao luxo de prestar atenção nas características do personagem perceberá que o mesmo, é sim muito sábio, com um raciocínio extremamente rápido e deveras brilhante para muitíssimas coisas, mas também é notavelmente ignorante / ´´burro´´ para muitas outras, em um nível não comum.
  Vários são os motivos disso, um deles o fato da teoria do ´´Sótão mental´´ que ele cita em ´´Um estudo em Vermelho´´ por exemplo. Holmes fala que não acredita e nem se importa que a terra gira em torno do sol, simplesmente porque isso não vai influenciar no trabalho dele e ele não pode ter essa informação em sua mente, pois nossa mente é um sótão e assim como um, se tiver coisas em excesso faltará espaço, por isso, só armazena o que for importante. Mas o mesmo, possuía várias outras crendices próprias de ´´seu mundo´.´
  Já falando do personagem e de seus problemas, falarei rapidamente sobre minha visão do mundo da dramaturgia, cinema e tv atual do personagem. Das adaptações dos anos 2000 é claro - até porque se formos falar de todas as adaptações de Holmes seria um texto enorme. E eu nem me dei ao luxo ainda de assistir todos, mesmo assistido uma grande quantidade para criticar -. No mundo dos cinemas temos Downey jr. como atual Holmes, na televisão temos pelo canal BBC Benedict Cumberbatch e -sim vou citar ele - Johnny Lee Miller como o personagem na versão norte americana Elementary. - Que mesmo eu achando terrível, trata das drogas e de certos aspectos até melhor que a BBC tratou, mas claro deve haver seus motivos -.
  Entre BBC e Cinema, não prefiro nenhum nem outro, por gostar dos dois? É... bem, pra mim em SHERLOCK da BBC o melhor ator é o Martin Freeman, até gosto do Benedict, mas não a um ponto de gostar tanto e me influenciar a não criticar o personagem. Irei comentar de ambas adaptações.. Muitos perguntam à mim, qual é o melhor Sherlock Holmes? e sempre lhes respondo ´´Hugh Laurie´´, pois em minha visão, ninguém adaptou melhor nosso detetive que os produtores de House m.d. Vários são os elementos mencionados e semelhanças feitas de propósito, até mesmo na interpretação. Mas ok, falaremos das adaptações que realmente tem o nome ´´Sherlock Holmes´´.

 SHERLOCK HOLMES por  Guy Ritchie: Simpatizo muto com Downey jr. gosto bastante dele, mas não dá para negar que o cara é quase sempre igual em seu estilo nos personagens -exceto em Chaplin que ele foi esplendido-, e mesmo conseguindo fazer um Sherlock problemático -adorei focar nisso, precisava! - ainda era o mesmo Downey a la Stark e afins. Porém o que mais gostei, foi o jeito que ele interpretou os estados de droga, na qual Sherlock usava e muito, de fato fumando, cheirando e injetando para ajudar em suas deduções, pois lúcido o mesmo dizia não conseguir, e seu lado ´´autista´´ como a dita Asperger à cima. E neste aspecto admiro muito a personificação de Downey.

 SHERLOCK HOLMES da BBC: Pô que série bacana hein? Mas sim, muitas coisas me
incomodaram, mesmo eu perdoando por talvez ser problemas de restrições da emissora e afins, então nem ligo muito como espectador. A série para mim, deixou Holmes muito bonitinho e espertinho, não mostrou muito suas ignorâncias, só apareceu no primeiro episódio ali com a teoria do sótão e nada mais das ´´viagens da tal inteligência de Holmes´´. Porém, nos outros episódios só mostravam um Sherlock que usa adesivo de nicotina, fuma um cigarrinho aqui, e nada mais de drogas,  nem citando ou mostrando na série, MAS ainda assim continua um rapaz inteligente que tudo observa e deduz. -Isso me agonia, mas agonia menos que aquele Moriarty chato demais, nossa... -. O tal ´´Sociopata auto-funcional´´, mesmo sendo o jeito de mostrar suas loucuras, incomodou um pouco focando em certas coisas que ainda assim não mostravam seus reais defeitos e problemas, e quase trazendo de volta os erros de alguns outros filmes antigos, que é mostrar apenas um Holmes ´´diferente, excêntrico, mas gênio´´, porém ainda continua uma ótima adaptação também.

Dito isto, não acho nenhuma melhor que a outra, pois dividindo em certos aspectos um tem outro não, então todos tem seus pontos bons e ruim - Mentira, Hugh Laurie é o Holmes da parada toda! -, e o por que de eu não tratar sempre o personagem como ´´gênio´´ e sim em apenas alguns momentos. Já que o personagem em certas horas era um grande homem cético e da lógica, outra se perdia em crendices que ele reconhecia criar, mas mesmo assim acreditava ser completa verdade, e desta maneira não pode ser usado como símbolo do ceticismo e afins. Sherlock foi e sempre será para mim, não um personagem gênio, grande detetive e afins, mas sim um homem de ferro - Ok to zoando, não me contive. O fato do Watson chamá-lo assim uma vez, e Downey Jr. ser também o Homem de ferro é demais. -, enfim, sempre será o Melhor Detetive consultor do mundo e que mora na 221B da Rua Baker.

Pela zoada final, não posso deixar passar. 

É isso pessoal, fazia tempo que não escrevia nada par ao Blog e estou feliz por ter voltado falando deste assunto que adoro, do meu personagem da literatura predileto.
Sobre o texto que brevemente comentei da amizade de Doyle e Holdini, podem conferir no link abaixo:


Arthur C. Doyle e Harry Houdini, uma História de Amizade entre um Crente e um Cético