quarta-feira, 30 de março de 2016

Review - Batman vs Superman


 Pois bem, após duas tentativas de assistir ao filme em um cinema com defeito, na terceira vez, finalmente, consegui conferir e tirar a curiosidade que tomava conta. Com várias críticas negativas e positivas, precisava formar minha opinião e saber a razão do filme dividir tantas opiniões desta forma. E de fato, entendi.

 A história começa após 18 meses do ocorrido em Homem de Aço, o mundo está divido entre os que consideram Superman um salvador, e que os considera uma ameaça, uma divisão entre a fé e o medo. Porém, há quem vê vantagem nesta divisão. Toda essa onda de sentimentos desencadeia uma série de problemas. O governo tem a necessidade de tomar uma atitude para com este alienígena, Bruce Wayne vê na figura de Superman nada mais que a maior ameaça ao planeta e quer eliminá-la. Lex Luthor, percebe a mesma ameaça, mas acima disso tem seus olhos voltados ao poder que toda informação que o planeta tem em mãos, pode trazer. Só nisso já temos razões grandiosas para uma briga, e a ideia de que devemos nos preparar para um filme tenso.
 DC deixa claro mais uma vez, que qualquer comparação com MARVEL é inválida. Estamos em universos muito diferentes, uma obra de um grupo de artistas diferentes, uma visão de cinema diferente. Com certeza ainda há um longo caminho para este universo estar com algo mais sólido e uma estrutura mais trabalhada, mas não deve diminuir a qualidade do que se está tentando fazer. Trazer ao público, filmes de heróis com profundidade é algo necessário. Precisamos deste tipo de filme, para que não se acostumem com produções vazias, apenas para enxergarmos heróis brigando por uma razão ali e aqui. Por que esses heróis lutam? Pelo que? O que querem passar com isso? O que querem de si mesmos? São tantas questões que poderíamos fazer, e pensar sobre estas figuras, mas que quando tratadas em filmes, são de maneiras leves, pequenas, mas que mereciam atenção.
 Zack Snyder não é o melhor diretor, talvez houvesse diretores que poderiam trazer uma visão diferente, mas dificilmente trariam algo grandioso. O nível de informação que se propuseram a passar em apenas um filme, foi uma jogada arriscada, o que mexeu nos extremos do mesmo. Gosto dos trabalhos de Snyder, mas já o questionei em muitas coisas, e por mais discutível que foi Homem de Aço - dei nota 7 de uma média 5 - conseguimos entender o espírito ele quis passar. Há muito mais disso em Batman vs Superman. Snyder sabe trabalhar com o exagero, não podemos negar que sua noção estética é maior e melhor que sua visão de roteiro, sentimos isso no filme, percebemos o trabalho do diretor em querer trazer algo diferente, utilizando do psicológico em vários momentos, e colocando seus ´´exageros´´ no trabalho das figuras mitológicas, com suas cenas onde Superman é visto como um messias ou numa visão dramatizada em torno dos medos que cercam Bruce Wayne, na câmera lenta e trilha alta de Hans Zimmer e por ai vai. Desta forma, entendemos que estamos em uma adaptação de um épico, no sentido mais teatral possível da palavra. Enxergamos a realidade sombria dos heróis, e o mar profundo de seus sentimentos. Um Superman cheio de dúvidas e receios, mas que carrega em seu peito o símbolo da esperança, um Batman cada vez mais amargurado e que também, na sua maneira, está cheio de dúvidas. São esses sentimentos que moldam a estrutura do filme, sendo a tensão e a profundidade desses personagens icônicos que está sendo abordada em principal.
  O filme tem erros, como dito, seu roteiro e direção tem altos e baixos bem perceptíveis, temos cenas muito bem dirigidas, bem adaptadas, que de cara sabemos exatamente de qual quadrinho é. Adaptações ricas, de fato, e belas; mas temos cenas fracas em texto, cenas com direção um tanto questionáveis - A batalha contra Apocalipse realmente me deixou com dúvidas, momentos bons e momentos ruins, mas foi válida-. O uso de C.G.I já de costume de Snyder algumas horas não ficam tão bons, deixando cenas mais artificiais do que o devido, mas tudo isso ainda fica atrás da beleza real do filme. A profundidade citada anteriormente nos ganha; temos um filme de quadrinhos de fato, mostrando o lado mais humano de nossos heróis, honrando a mitologia de um universo fictício, mas que tem o seu próprio formato de ficção; um mergulho em acertos e erros para fazer mais que um filme, mas trabalhar o aspecto artístico do mesmo e que principalmente não subestimasse seu público. Não temos algo mastigado, temos as informações necessárias para entendermos o que se passa, o que houve e o que virá, e devemos respeitar isso em sua melhor forma.
 A introdução dos personagens foram breves, sem muito espetáculo, pois já os conhecemos. Lex Luthor já é mostrado no crescer de sua personalidade louca, e que em partes conta seu passado e o porque de ser assim, Diana Prince / Mulher Maravilha tem algumas informações mostradas, mas nada demais, pois teremos o filme solo que explicará muita coisa em breve. Outras participações também, se fizeram da mesma forma, sem muitas explicações, ponto que muitos criticaram, mas muitos desses ´´em abertos´´ me agradaram, pois de fato não precisa ser explicado naquele momento, temos muitos filmes pela frente, isso sendo tratado com planejamento de roteiro e seriedade, vai fortalecer o filme cada vez mais, mostrando o real potencial como introdução que ele teve, mas que não foi tão observado.
 Muito se falou no excesso de drama e falta de humor. Para mim a frase soa como uma bengala criada por muitos filmes atuais, que ao forçarem piadas está trazendo ao esquecimento o humor orgânico. Ri em partes do filme, como ouvi várias pessoas rindo no cinema do mesmo, mas nada de piadas forçadas. Rimos das situações, das ironias, das expressões e de vários outros aspectos, que em nenhum momento obstruíram o ritmo para forçar uma risada. Talvez pudessem trabalhar mais isso, okay, é uma questão, mas não trataria isso como um grande defeito, apenas como uma atitude para valorizar a seriedade que tentou se passar.
 Por fim, quero dizer que a DC tem potencial para crescer, amadurecer e ter produções melhores, mas não errou com este filme. A ´´Origem da Justiça´´ teve sua introdução com muitas informações, sendo massante para muitos, e que talvez devesse ter tido um ritmo mais calmo, mas com certeza foi competente. As opiniões devem ser tiradas apenas assistindo ao filme e não se guiando por críticas negativas ou positivas. Não devemos seguir os oceanos de amores e ódio que banham as críticas nas ultimas semanas, pois cada um terá sua opinião. Sendo assim, assistam, analisem e reflitam sobre o que assistiram, pois vale a pena.

 Nota: 7,5     

  

domingo, 20 de março de 2016

Zootopia - Essa cidade é o Bicho

 Breve Review / Sem Spoilers




 Pois bem, no ultimo dia 17 estreou a nova animação da Disney, Zootopia, e com certeza, mais um de seus pontos altos, nessa fase em que a mesma está se reerguendo, fase esta, que vem desde o grande sucesso que foi Frozen. Desta vez, não foi diferente. Confesso a vocês, que o filme me surpreendeu muito mais que o esperado, o que foi muito satisfatório e prazeroso.  
 Zootopia conta a história de Judy Hopps (Monica Iozzi/ Ginnifer Goodwin), uma coelhinha do interior que sonha em se tornar policial, e por fim servir na magnífica cidade que dá o nome ao filme, um lugar onde ´´tudo é possível´´, porém, claramente, tudo não seria tão fácil e belo como as histórias contam, e a personagem se depara com a real cidade grande, com preconceitos na própria polícia, com a falta de empatia de uma cidade que não para. Sendo então desmerecida em seu trabalho, Judy quer mostrar seu valor, resolvendo um caso de desaparecimentos que amedronta as forças polícias e políticas do local. E para isso, a personagem tem a ´´ajuda´´ - um tanto forçada - de Nick Wilde (Rodrigo Lombardi/ Jason Bateman), uma raposa malandra que cai nas mãos de Hopps, e desta forma a ajuda no caso, para não ser levado para polícia. E assim, a trama da animação se forma e começa a acontecer. 
  O roteiro e direção estão nas mãos de Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush. E o trio faz um ótimo trabalho, não nos trazendo uma animação maravilhosa e toda linda, mas sim algo diferente, não querendo nos dar aquilo que sempre esperamos de filmes Disney, sendo este um ponto forte. O roteiro com certeza encanta aos adultos que assistirem, pelos ricos detalhes e referências que fazem, divertindo as crianças, porém fazendo rir muito mais quem realmente entende as brincadeiras. O trabalho com todas as críticas colocadas, foi feito de maneira leve e competente: O preconceito de gênero. os problemas na polícia,  jogos por trás na política, drogas entre outras. Tudo isso enriquece o roteiro, não sendo só uma estória divertida com ação aventura e uma mensagem no final. A direção, da mesma forma, é versada e para mim uma das melhores dos últimos lançamentos da Disney, com ângulos bem trabalhados, até quando você não imaginaria que teria algo grande para uma cena pequena. 
  O trabalho com os personagens foi o mais questionável para alguns, eu não me incomodei, terem usado esteriótipos para criticar o mesmo, eu já penso que isto foi a forma mais prática de se trabalhar, pois foi necessário para construir outro dos pontos do filme, que é jogar com a estórias com personagens antropomórficos. Como seria essa sociedade? Como seria a relação, predadores e presas num universo onde os animais evoluíram mais?  Então tudo isso se relacionou, não sendo tão fácil criticar. 
  A relação Hopps e Wilde funciona, dando aquele ar clássico de dupla que não poderia dar certo, mas que se completam, principalmente por suas histórias. O sentimento envolvido nessa relação foi algo que fluiu muito bem em um ritmo admirável. Já na questão das atuações dos personagens, eu assisti ao filme dublado, e não vi problema, Monica Iozzi mostrou seu potencial como atriz até mesmo na dublagem, tendo uma interpretação ótima como Hopps, Rodrigo Lombardi também teve seu destaque, conseguindo agradar à mim que sou um grande fã do ator original - Bateman -, fazendo o trabalho de atuação da Calmaria/ Malandragem de Wilde muito próximo ao que Bateman faz. 
 Logo, o filme agrada em vários aspectos, tendo sim seus detalhes um tanto fracos, mas que não diminuem o filme. 

 Nota: 8,0   



Ps: A personagem Gazela interpretada por Shakira, de fato serviu apenas para o lado musical e um pouco de humor, mas não foi a participação mais necessária de um filme Disney, sendo algo que não acrescenta nada ao mesmo. 


segunda-feira, 14 de março de 2016

Coisas novas estão por vir.




  Então pessoal, estou aqui para comentar sobre o número baixo de críticas e afins que andamos postando, não que postássemos em grandes quantidades, mas todo mês tinha um material maior sobre alguns filmes. Porém, é por uma boa e valiosa causa. Estamos aumentando o blog e a equipe. Criando mais conteúdos não só em texto, mas também em vídeos e Podcasts, muito mais prático para trazer o máximo de Reviews e curiosidades sobre Cinema, TV, Quadrinhos e muito mais para todos vocês. 
  Estamos criando uma marca toda nova e aumentando a qualidade nestes trabalhos, para investirmos tanto para nós mesmos quando para todos que acompanham. Desta forma, pedimos que fiquem atentos para esta próxima fase que está chegando. E para não ficar um extremo vazio, estarei postando críticas breves, sobre as últimas produções que ando assistindo e estudando. 

 Até a próximo!

domingo, 13 de março de 2016

FLAKED da NETFLIX - Breve Crítica.

FLAKED - Original NETFLIX



 Que série difícil de criticar. Realmente precisei de um tempo de reflexão e leitura para ter referências e saber como falar o que pensei. Apesar de várias críticas, sim, gostei, achei ousada e diferente, e digna de todos os produtores. Já os conheço e admiro muito os trabalhos anteriores, Will Arnett e Mitchell Hurwitz principalmente.
 Talvez, eu tenha que concordar com algumas críticas e dizer que também penso que a mesma poderia ter sido feita para um filme. Criticar como uma série dificulta, pois ela tem seu arco fechado – Will Arnett, ator e roteirista, disse não pensar em segunda temporada. – como se estes 8 episódios, fossem um filme de 4 horas. Talvez então, fizesse uma comédia a la ´´Bem-vindo aos 40´´, um filme um tanto longuinho, mas que tem seu valor.
 Contando a história de Chip, um Alcóolatra que trabalha fazendo banquetas, mora na casa de seu melhor amigo, participa do AA, o mesmo acaba se apaixonando pela mesma garota (London) que seu amigo (Dennis), mas isso não torna um triângulo amoroso chato de comédia romântica. Ao contrário, torna pior, o ciclo de problemas que fazem o mundo de Chip ser cheio de problemas e mentiras (Um Flaked, em inglês).
  A mesma, não se força e nem tenta ser uma comédia, pois não há momento algum que ela te force a rir, com uma piada pronta aqui e ali, ao contrário, você rirá das tragédias que nela ocorre. Essa é a graça, e talvez, se fosse um filme, desse certo para um público que curte aquele humor britânico. Brinquei quando vi a série, dizendo que ela é um Arrested Development¹ de um homem só. Esse formato, foi ousado, tendo seu roteiro diferenciado, numa trama mediana, longe de ser ruim, mas não a melhor. A direção no modo geral, é competente e simples, sem tentar inovar, mas fazendo suas brincadeiras em particulares, com closes em algo que fica sem sentido se você não estiver entendendo o sentido da trama e derivados. Desta forma, ganhando meu respeito, pois teve uma história interessante, deu a cara para bater com seu estilo, ao contrário da última série LOVE², que usou de uma produção bonitinha e trabalhadinha para esconder uma história ruim, fraca e cliché.
  FLAKED então, não é para quem gosta de se iludir e ver algo onde tudo são flores, pelo contrário, é para quem gosta de ver os problemas nas relações de amor e amizade, em um mundo onde precisamos fazer escolhas e arcar com suas consequências.
  
 Nota: 7 (Poderia dar 6,5 ou 6,8; mas ela ousou, se arriscou e em tempos onde formatos prontinhos vendem fácil e infelizmente são feitos em quantidades, precisamos valorizar um pouco isso.)
 ¹ : Mitchell Hurwitz foi o produtor e criador da premiada série Arrested Development, onde Will Arnett está no elenco.
 ² : Dei nota 7,5 para LOVE, mas por pura questão técnica, pois como dito, achei a história bem fraca.   

 - Média: 5