
Usarei a série ´´Elementary´´ da CBS, que aqui passa na Universal Channel, como grande e melhor exemplo sobre como a força e representação universal de um nome pode modificar toda uma visão técnica sobre algo. Principalmente pelo fato de ´´simultaneamente´´ da questão de temporadas, estar sendo a mesma exibida nos estados unidos, e a BBC Londres exibindo a premiadíssima e merecida ´´Sherlock´´ que este ano teve sua terceira temporada exibida com muita repercussão mundial.
Quando Elementary estava para lançar e o trailer saiu, me assustara com o que vi, assim como todos os fãs de Sherlock Holmes. Até Benedict Cumberbatch -Holmes na série Sherlock- ao conversar com o amigo John Lee Miller -Holmes em Elementary- ficou assustado com as mudanças que a versão americana - o que em geral nunca se deve esperar algo ´´bom´´ - iria oferecer. Com a notícia de um Sherlock Holmes morando em Nova York, por mais que de fato fosse oriundo de Londres, um Watson mulher, já é algo impactante e que faz qualquer fã, assistir o primeiro episódio só para poder dizer que é ruim com total certeza. E está ai o grande erro da série.
´´Precisava mesmo usar os nomes dos personagens de Arthur Conan Doyle?´´ eu me perguntei a poucos dias ao lembrar da série. Como seria a série se fosse igual porém sem referências com Sherlock Holmes de Conan Doyle? um detetive excêntrico, diferente, com métodos diferentes, inteligência notável, dominando a ciência de dedução, claro isso lembraria Sherlock Holmes, mas todas as diferenças fariam que fossem apenas uma ´´homenagem´´ um ´´´toque sherlockiano´´, mas tudo seria diferente. Não teria comparações com o personagens tão famosos a centenas de anos, seria algo novo e chamativo pela excentricidade e qualidade do ator John Lee Miller. Em certo dia, parei e pensei por variadas horas em tudo isso, e assim re-assisti a série, ignorando todas as referências a Holmes e imaginando nomes novos. Toda vez que falavam ´´Sherlock Holmes´´, ´´Watson´´ eu conseguia ouvir ´´John Miller´´ e ´´Lucy Liu´´ como se fossem os nomes dos personagens -estava com preguiça de pensar em nomes novos, sendo que gosto dos nomes citados- e consegui ver algo muito diferente do que tinha visto.

Ocorre que quando vi pela primeira vez, não fiz essa análise, pois ali diziam, chamavam o principal de Sherlock Holmes, sua acompanhante de Watson, e nem na pior adaptação Holmes e Watson poderiam ser daquele jeito. Sherlock tatuado, com garotas de programa, não podia, versão atual perfeita seria e é a da BBC. ´´O que estão fazendo com meu personagem predileto?!´´ pensava e ainda penso eu. E agora revendo com outros olhos sinto pena e fico triste por toda produção. Uma série diferente e que poderia agradar grupos de pessoas que não agrada atualmente e provavelmente não irá agradar, por um pequeno, mas forte erro: Tentar colocar nomes tão fortes e importantes em uma mudança tão radical e desnecessária. Uma prova de que nem sempre a ideia ousada é a melhor escolha, pois pode estragar simplesmente toda elaboração de um personagem com um psicológico tão interessante, e com tanto a ser explorado ao decorrer dos episódios como esse ´´Sherlock Holmes´´ - nego-me a chamá-lo assim e prefiro dizer esse personagem sem nome, quiçá esse ´´John Miller´´- personagem da série poderia nos oferecer em suas aventuras.