domingo, 26 de janeiro de 2014

A força de um nome

 

   Pois bem, estou aqui não para fazer crítica de filme, série, animação... longe disso. Estou para falar sobre algo diferente, uma análise em segundos olhos e de fato apontar um erro que prejudicou uma série que está atualmente na tv americana e sendo exibido no Brasil também. Série que eu já fiz uma péssima crítica aqui, e ainda repito as palavras.
    Usarei a série ´´Elementary´´ da CBS, que aqui passa na Universal Channel, como grande e melhor exemplo sobre como a força e representação universal de um nome pode modificar toda uma visão técnica sobre algo. Principalmente pelo fato de ´´simultaneamente´´ da questão de temporadas, estar sendo a mesma exibida nos estados unidos, e a BBC Londres exibindo a premiadíssima e merecida ´´Sherlock´´ que este ano teve sua terceira temporada exibida com muita repercussão mundial.
    Quando Elementary estava para lançar e o trailer saiu, me assustara com o que vi, assim como todos os fãs de Sherlock Holmes. Até Benedict Cumberbatch -Holmes na série Sherlock- ao conversar com o amigo John Lee Miller -Holmes em Elementary- ficou assustado com as mudanças que a versão americana - o que em geral nunca se deve esperar algo ´´bom´´ - iria oferecer. Com a notícia de um Sherlock Holmes morando em Nova York, por mais que de fato fosse oriundo de Londres, um Watson mulher, já é algo impactante e que faz qualquer fã, assistir o primeiro episódio só para poder dizer que é ruim com total certeza. E está ai o grande erro da série.
     ´´Precisava mesmo usar os nomes dos personagens de Arthur Conan Doyle?´´ eu me perguntei a poucos dias ao lembrar da série.  Como seria a série se fosse igual porém sem referências com Sherlock Holmes de Conan Doyle? um detetive excêntrico, diferente, com métodos diferentes, inteligência notável, dominando a ciência de dedução, claro isso lembraria Sherlock Holmes, mas todas as diferenças fariam que fossem apenas uma ´´homenagem´´ um ´´´toque sherlockiano´´, mas tudo seria diferente. Não teria comparações com o personagens tão famosos a centenas de anos, seria algo novo e chamativo pela excentricidade e qualidade do ator John Lee Miller. Em certo dia, parei e pensei por variadas horas em tudo isso, e assim re-assisti a série, ignorando todas as referências a Holmes e imaginando nomes novos. Toda vez que falavam ´´Sherlock Holmes´´, ´´Watson´´ eu conseguia ouvir ´´John Miller´´ e ´´Lucy Liu´´ como se fossem os nomes dos personagens -estava com preguiça de pensar em nomes novos, sendo que gosto dos nomes citados-  e consegui ver algo muito diferente do que tinha visto.
      Naquele momento estava vendo uma outra série, algo muito diferente. Naquela hora eu assisti um programa que contava a seguinte história: Um ex dependente químico, chamado ´´John Miller´´ que procura meios de se achar em um mundo que não o compreende com todas as suas capacidades. Homem com intelecto magnífico, grande poder de dedução, o que fazia ser consultor e agora volta a fazer em casos policiais assim ocupa sua mente fazendo o que gosta, vencer os desafios e ter o que pensar para não pensar sobre si mesmo -lembrando que ele não gosta de se ver no espelho -, uma briga com seu próprio psicológico. Medo de se aproximar e gostar das pessoas, medo do que um convívio social pode mexer na sua vida, um sociopata funcional que sofre com isso. Pessoa que prefere usar de garotas de programa, pois não tem interesse emocional por ninguém para ter uma relação amorosa, porém que a tensão masculina, comum entre nós, o faz precisar ter um relacionamento sexual, algo compreensível, claro. Em Nova York, agora com sua médica ´´Lucy Liu´´ enviada por seu pai que paga sue tratamento químico, algo comum entre drogados, possuírem ajuda dos país nestes casos, que começa a entrar no mundo do seu paciente e ver suas fraquezas dentro de todas a suas tão diferentes e incríveis capacidades. E por ai vai.
     Ocorre que quando vi pela primeira vez, não fiz essa análise, pois ali diziam, chamavam o principal de Sherlock Holmes, sua acompanhante de Watson,  e nem na pior adaptação Holmes e Watson poderiam ser daquele jeito. Sherlock tatuado, com garotas de programa, não podia, versão atual perfeita seria e é a da BBC. ´´O que estão fazendo com meu personagem predileto?!´´ pensava e ainda penso eu.  E agora revendo com outros olhos sinto pena e fico triste por toda produção. Uma série diferente e que poderia agradar grupos de pessoas que não agrada atualmente e provavelmente não irá agradar, por um pequeno, mas forte erro: Tentar colocar nomes tão fortes e importantes em uma mudança tão radical e desnecessária. Uma prova de que nem sempre a ideia ousada é a melhor escolha, pois pode estragar simplesmente toda elaboração de um personagem com um psicológico tão interessante, e com tanto a ser explorado ao decorrer dos episódios como esse ´´Sherlock Holmes´´ - nego-me a chamá-lo assim e prefiro dizer esse personagem sem nome, quiçá esse ´´John Miller´´-  personagem da série poderia nos oferecer em suas aventuras.

Um comentário:

  1. Sensacional análise. Eu não perdi meu tempo pra assistir nem o primeiro capítulo pois só de assistir ao trailler meu cérebro retorceu. E você conseguiu dizer tudo que eu diria também, na verdade eu até penso que lá no fundo, toda a produção tenha se arrependido de começar com essa "cagada" me desculpa a palavra mas é isso; cagaram na história original, pisaram em cima e cuspiram essa porcaria de seriado que pra mim já poderia ter terminado.
    Parabéns, adorei seu texto ;)

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